Formato da Fórmula 1 complica vida de Gabriel Bortoleto e outros novatos

A temporada 2025 da Fórmula 1 traz a maior classe de novatos em anos, mas, apesar de alguns já terem participado de um ou mais Grandes Prêmios antes de sua estreia oficial, nenhum deles enfrentou um campeonato completo. E a tarefa promete ser ainda mais árdua do que o normal.

Os testes de pré-temporada, limitados a apenas três dias, aliados a um início de calendário desafiador, significam que esses jovens talentos terão uma curva de aprendizado ainda mais íngreme do que em temporadas anteriores. Mas o que isso realmente representa para essa nova geração de pilotos?

Desafios na preparação: Testes no Bahrein

O Circuito Internacional do Bahrein se tornou o local preferido para os testes de pré-temporada da F1, principalmente por suas temperaturas geralmente altas e estáveis. No entanto, em 2025, o clima surpreendeu com temperaturas abaixo do esperado e ventos fortes, tornando a preparação ainda mais complicada para os novatos Kimi Antonelli (Mercedes), Oliver Bearman (Haas), Gabriel Bortoleto (Sauber), Jack Doohan (Alpine), Isack Hadjar (Racing Bulls) e Liam Lawson (Red Bull).

Com apenas um dia e meio de pista disponível — e, muitas vezes, em condições longe do ideal — os novatos tiveram pouco tempo para se adaptar aos novos carros. Isso pode não ser um obstáculo intransponível, mas certamente adiciona um desafio extra para quem já enfrenta a difícil transição para a F1.

Um início de temporada cruel: Circuito de rua molhado e fim de semana de sprint

O calendário de 2025 não foi nada gentil com os estreantes. Logo de cara, um evento particularmente exigente se alinhou: Austrália

Albert Park, um circuito de rua, já é notoriamente traiçoeiro, com muros próximos e asfalto escorregadio devido às marcações urbanas. Para piorar, a reformulação da Curva 6 pegou alguns novatos desprevenidos. Oliver Bearman destruiu seu Haas e perdeu toda a sexta-feira de treinos, enquanto Kimi Antonelli também teve problemas, embora com menos danos.

No domingo, a ameaça de chuva se concretizou, e os novatos sentiram o impacto: Isack Hadjar e Jack Doohan bateram antes mesmo da largada, enquanto Bortoleto e Lawson abandonaram quando a chuva se intensificou. Bearman conseguiu terminar em 14º, último entre os que cruzaram a linha de chegada, e Antonelli surpreendeu ao terminar em quarto.

Os novatos estão sendo prejudicados pelo formato atual?

A falta de tempo de pista tem sido um tema recorrente entre os pilotos, com até veteranos como Fernando Alonso questionando a restrição de apenas três dias de testes e o calendário intenso do início da temporada. Embora todos estejam na mesma situação, a diferença de experiência entre novatos e pilotos estabelecidos torna a adaptação ainda mais complicada para os estreantes.

Isso levanta uma questão importante: a F1 está realmente dando aos jovens talentos uma oportunidade justa? Jack Doohan, por exemplo, depende de bons resultados iniciais para garantir sua permanência na Alpine, enquanto Hadjar e Lawson enfrentam a pressão do rígido programa júnior da Red Bull.

O talento é essencial na F1, mas até os melhores precisam de tempo para se adaptar. Talvez seja hora da categoria reavaliar o formato do início do campeonato, garantindo mais sessões de treino e menos eventos de sprint para que os novatos possam mostrar seu verdadeiro potencial.

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