Com US$ 1 milhão de salário, Rubinho aceitou contrato de 4 corridas para voltar a F1
Rubens Barrichello é amplamente reconhecido como um dos principais nomes do automobilismo brasileiro na era pós-Ayrton Senna. Durante sua passagem pela Ferrari, entre 2000 e 2005, ele formou com Michael Schumacher uma das duplas mais dominantes da história da Fórmula 1, ajudando a equipe a controlar a categoria até 2004. Apesar de seu talento inegável, Barrichello chegou à temporada de 2009 sem contrato.
Com a saída da Honda da Fórmula 1 ao fim de 2008, Rubinho ficou sem equipe e viu seu futuro na categoria ameaçado. Em entrevista ao podcast “Queimando a Largada”, o piloto revelou que sua entrada na Brawn GP — equipe que surgiu a partir dos ativos da Honda — se deu por meio de um contrato bastante incomum: ele foi inicialmente contratado apenas para as quatro primeiras corridas da temporada.
“Eu estava desempregado em 2008. A Honda anunciou que ia sair da F1 e disse: ‘Acabou, obrigado. O Button vai continuar porque tem contrato’. Mas eu sentia que aquilo não ia terminar assim. Até que um cara me ligou e perguntou: ‘Você consegue estar aqui na sexta-feira?’. Eu disse: ‘Consigo!’. Pouca gente sabe, mas meu contrato com a Brawn era renovado a cada quatro corridas. Não era para a temporada inteira — eu precisava provar, corrida após corrida, que merecia estar ali”, contou Barrichello.
Durante a entrevista, Rubinho também comentou sobre o impressionante desempenho da Brawn GP em 2009 e revelou uma curiosa teoria: para ele, o sucesso do time foi um dos fatores que motivaram Michael Schumacher a retornar à Fórmula 1.
“O Schumacher, com certeza, voltou porque viu um ex-companheiro, já veterano, vencendo corridas. Ele pensou: ‘Cara, estou me arrebentando nas motos e pulando de paraquedas…’. Ele estava realmente se machucando. Aí resolveu voltar a fazer o que amava”, comentou Barrichello.

Salário ganho na equipe era baixo em comparação a outros pilotos
A temporada de 2009 da Fórmula 1 foi marcada por surpresas que mudaram completamente o cenário da categoria. No fim de 2008, a Honda, que já havia confirmado sua participação no campeonato seguinte, optou por se retirar da Fórmula 1 como equipe própria, impactada pela grave crise financeira global que afetou duramente a montadora japonesa.
O que restou da equipe foi adquirido por Ross Brawn por um valor simbólico de apenas um dólar, dando origem à Brawn GP. Com Jenson Button e Rubens Barrichello formando a dupla de pilotos, a equipe estreante chocou o mundo ao conquistar os títulos de Construtores e de Pilotos. Barrichello teve papel essencial nesse sucesso, mas sua remuneração contrastava fortemente com a de seu companheiro de equipe.
Barrichello ganhava cinco vezes menos que Button na Brawn GP
Durante aquela temporada, Jenson Button, que acabou se sagrando campeão mundial, recebeu cerca de 5 milhões de dólares. Já Rubens Barrichello, tratado como segundo piloto na equipe, teve um salário de apenas 1 milhão de dólares — um dos mais baixos entre todos os pilotos do grid. A seguir, veja a lista completa dos salários dos pilotos em 2009:
- Kimi Raikkonen – US$ 45 milhões
- Lewis Hamilton – US$ 18 milhões
- Fernando Alonso – US$ 15 milhões
- Nico Rosberg – US$ 8,5 milhões
- Felipe Massa – US$ 8 milhões
- Jarno Trulli – US$ 6,5 milhões
- Sebastian Vettel – US$ 6 milhões
- Mark Webber – US$ 5,5 milhões
- Jenson Button – US$ 5 milhões
- Robert Kubica – US$ 4,5 milhões
- Heikki Kovalainen – US$ 3,5 milhões
- Nick Heidfeld – US$ 2,8 milhões
- Timo Glock – US$ 2 milhões
- Giancarlo Fisichella – US$ 1,5 milhão
- Sebastien Buemi – US$ 1,5 milhão
- Rubens Barrichello – US$ 1 milhão
- Jaime Alguersuari – US$ 0,5 milhão
- Vitantonio Liuzzi – pagava para correr
- Adrian Sutil – pagava para correr
- Romain Grosjean – pagava para correr