Após erro com Verstappen, Toto Wolff fez aposta ousada na Mercedes

Com as férias da Fórmula 1 acontecendo neste momento, é possível fazer alguns balanços do que já aconteceu na primeira parte da temporada. Um desses casos é o de Kimi Antonelli, da Mercedes, que entre altos e baixos sofreu com momentos de instabilidade em seu primeiro ano na categoria máxima do automobilismo. Pensando nisso, valeu a pena a aposta de Toto Wolff no novato?

Ainda marcado pela perda de Max Verstappen há dez anos, Alex Jacques, comentarista da F1 TV, acredita que essa experiência influenciou Toto Wolff a promover Kimi Antonelli diretamente para a Mercedes em sua temporada de estreia na Fórmula 1.

O jovem italiano entrou no grid neste ano, apenas dois anos depois de conquistar o título no Campeonato Europeu de Fórmula Regional. Sua rápida ascensão, pulando a Fórmula 3 e passando diretamente um ano na Fórmula 2, mostrou-se um grande desafio – algo que ficou evidente nas últimas corridas.

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Créditos: Instagram / kimi.antonelli

Após um início promissor, Antonelli viu seu desempenho e confiança caírem desde o início da fase europeia da temporada. No Grande Prêmio da Bélgica, aos 18 anos, não passou do Q1 e somou a sexta prova sem pontos em sete corridas, deixando-o visivelmente abalado. Conseguiu se recuperar antes das férias de verão com um 10º lugar na Hungria, mas as dúvidas sobre se sua promoção não teria sido precoce continuam a surgir.

Críticas também vieram de fora: Helmut Marko, consultor da Red Bull, acusou a Mercedes de expor Antonelli a uma “pressão desnecessária”, enquanto Guenther Steiner, ex-chefe da Haas, disse esperar que o jovem não estivesse “quebrado” pelo peso da responsabilidade.

Wolff não apostou em Max Verstappen e se deu mal

Diferente de George Russell, que ganhou experiência na Williams antes de ser promovido, Antonelli foi colocado diretamente na Mercedes. Segundo Jacques, isso se deve ao trauma de Wolff por não ter apostado em Verstappen, que foi para a Red Bull e conquistou quatro títulos mundiais e 65 vitórias até aqui.

“Ele ficou profundamente frustrado por não ter Max Verstappen”, disse Jacques ao F1 Oversteer. “Na época, em 2015, estava apenas em seu segundo ano como chefe de equipe e acabou sendo superado.”

Além desse episódio, Jacques lembrou que Wolff também foi marcado pelo caso de Esteban Ocon, que perdeu uma temporada inteira porque um acordo de empréstimo com outra equipe não foi cumprido, obrigando o francês a ficar como reserva na Mercedes.

Por isso, acredita o comentarista, Wolff não quis correr o risco de perder outra oportunidade. A decisão de colocar Antonelli já em 2025 foi facilitada pela grande mudança de regulamento da próxima temporada, que trará novos carros e motores.

“Kimi Antonelli sempre foi tratado como uma grande promessa. A Mercedes o contratou cedo para a academia, mas isso nunca é garantia. Acho que todas essas experiências fizeram com que Toto estivesse determinado a não repetir os erros do passado”, completou Jacques.

Segundo ele, a estratégia de Wolff foi clara: dar a Antonelli um ano de aprendizado no mais alto nível, preparando-o para a nova era da Fórmula 1, ainda mais com a saída de Lewis Hamilton e os intensos testes que o jovem já realizou com carros antigos da equipe.

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