Cadillac não quer saber e usa estratégia parecida com a Red Bull para estreia na F1
O anúncio da chegada de Sergio Pérez e Valtteri Bottas à Cadillac já era esperado há semanas, mas só foi confirmado oficialmente antes do Grande Prêmio da Holanda. Com isso, o projeto da General Motors na Fórmula 1 começa a ganhar contornos mais definidos.
Além da dupla de pilotos, também foram confirmadas as três bases da equipe — Fishers, Charlotte e Silverstone — e Graeme Lowdon como chefe. A TWG Motorsports, parceira da GM na operação, reforçou que não há planos de mudanças de liderança no curto prazo, rebatendo rumores que apontavam para Christian Horner. Segundo o CEO Dan Towriss, não há qualquer negociação nesse sentido.

A comparação com a Red Bull no início de sua trajetória é inevitável. Em 2005, a equipe austríaca entrou na F1 após comprar a Jaguar, então em decadência. David Coulthard, que inicialmente rejeitou a ideia de correr pela Jaguar, acabou aceitando o desafio com a chegada da Red Bull e foi peça-chave para consolidar o projeto, inclusive atraindo o lendário projetista Adrian Newey.
A Cadillac segue lógica semelhante: aposta em dois pilotos experientes, capazes de contribuir não apenas na pista, mas também na construção da estrutura da equipe. Bottas traz a bagagem da Mercedes, enquanto Pérez carrega anos de experiência na Red Bull. Ambos sabem o que significa competir em escuderias campeãs e entendem como funcionam os bastidores dessas operações.
Diferença entre os planos de Cadillac e Red Bull
Diferente da Red Bull em sua estreia, que abriu espaço para jovens talentos como Christian Klien e Vitantonio Liuzzi, a Cadillac optou por não arriscar com novatos neste primeiro momento. A prioridade, como destacava Dietrich Mateschitz nos primórdios da Red Bull, é formar uma equipe sólida antes de pensar em estrelas do grid.
Nesse contexto, Pérez e Bottas têm um papel claro: fornecer feedback técnico, usar seus contatos no paddock e transmitir o conhecimento adquirido em equipes de ponta. Mais do que resultados imediatos, a missão é ajudar a Cadillac a se estabelecer na Fórmula 1.
Novatos geralmente precisam de tempo para se adaptar às exigências da categoria — viagens, mídia, pressões internas —, o que poderia atrasar a evolução de uma equipe em fase inicial. Pilotos experientes, por outro lado, já dominam essas rotinas e conseguem focar no desenvolvimento coletivo.
No papel, a escolha da Cadillac pode não ser a mais empolgante, mas faz sentido para quem busca construir uma base sólida e mirar o futuro com consistência.