Fernando Alonso não se cala e apresenta solução para corridas com chuva na F1
As condições climáticas adversas no início do Grande Prêmio da Bélgica de 2025 obrigaram os organizadores da Fórmula 1 a adiar a largada em 80 minutos, tempo necessário para que grande parte da água acumulada na pista evaporasse. Apesar das críticas de fãs e pilotos à cautela excessiva da FIA e da F1 em situações de chuva, Fernando Alonso, da Aston Martin, sugeriu uma possível solução: mudanças no tipo de asfalto usado nos circuitos.
Alonso propõe solução para corridas com chuva: novo tipo de asfalto
A chuva intensa antes da largada do GP da Bélgica gerou reclamações generalizadas, principalmente pela visibilidade extremamente reduzida durante a volta de formação. Após cinco voltas atrás do safety car com pneus intermediários, a bandeira verde finalmente foi acionada. No entanto, já na 12ª volta, os pilotos trocaram para pneus slicks, o que levantou dúvidas sobre a necessidade de tanto atraso.
Apesar de a Fórmula 1 contar com pneus de chuva da Pirelli capazes de dissipar até 85 litros de água por segundo, o volume de spray gerado compromete seriamente a visibilidade — razão pela qual largadas em pista molhada têm se tornado cada vez mais raras.

Antes do GP da Hungria, Alonso abordou o tema:
“Desde 2017, com os carros mais largos, a visibilidade em chuva piorou muito”, disse ele ao site PlanetF1.com. “Todos queremos correr, mas se estiver no meio do pelotão, você não vê nada. E já tivemos acidentes muito graves por conta disso.”
Ele reconheceu que atrasos são frustrantes para o público, mas às vezes são necessários:
“Todos queremos ser corajosos, mas quando ocorre um acidente, percebemos que não há problema em esperar mais meia hora.”
Alonso acredita que parte do problema está no tipo de asfalto utilizado hoje em dia:
“Alguns circuitos antigos, como Sepang, lidavam muito melhor com água. O asfalto atual, muito preto e aderente no seco, se comporta como um espelho quando está molhado.”
Segundo o espanhol, existem estradas onde praticamente não há spray mesmo sob chuva intensa, e circuitos poderiam adotar as mesmas soluções.
“Se usássemos esse tipo de asfalto como padrão, não teríamos spray. Claro, pode haver grande desgaste no seco, mas a partir disso dá para trabalhar e buscar um equilíbrio.”
Carlos Sainz, da Ferrari, reforçou a ideia, pedindo mais ousadia da F1:
“Sempre pensei que a F1 deveria tentar inovar. Existem asfaltos que não geram spray, mas quase nenhum circuito os utiliza. Isso precisa mudar.”
Ele também criticou a falta de clareza na comunicação da FIA sobre os motivos dos atrasos:
“Talvez devêssemos ter explicado melhor a decisão, o que teria reduzido a frustração.”
Apesar dos altos custos envolvidos na repavimentação de pistas e das possíveis implicações técnicas, especialmente para os pneus, pilotos como Alonso e Sainz acreditam que soluções desse tipo são fundamentais para o futuro das corridas em condições molhadas.