Fórmula 1 traça plano para melhorar corridas na chuva

O último GP da Bélgica trouxe de volta uma velha discussão que intriga especialistas e fãs: a Fórmula 1 não corre mais na chuva? Pelo menos essa foi a impressão devido aos procedimentos adotados pela FIA que atrasaram a largada no circuito de Spa-Francorchamps. Mas aí fica uma questão: o que fazer para melhorar?

A Fórmula 1 acredita que os novos regulamentos técnicos previstos para 2026 podem representar um avanço importante na solução de um dos maiores desafios atuais da categoria: as dificuldades para competir sob chuva intensa, causadas pelo spray de água que compromete a visibilidade e a segurança dos pilotos. O assunto voltou a ganhar destaque após o atraso significativo na largada do GP da Bélgica, no último domingo (27).

12 1
Créditos: Reprodução / Youtube

Com as mudanças planejadas, os carros de 2026 terão difusores menores e um efeito solo reduzido — alterações que, segundo a FIA, devem diminuir consideravelmente as nuvens de água levantadas em pista molhada. Além disso, os pneus serão mais estreitos, o que também deve contribuir para a redução do spray.

Peter Bayer, CEO da Racing Bulls, comentou sobre as limitações das soluções testadas até agora. “O principal problema está na parte inferior do carro e no tamanho do difusor. Eles literalmente jogam a água para trás, criando o spray”, explicou.

Nos últimos anos, a F1 realizou testes com protetores de roda (wheel covers) na tentativa de mitigar o problema. No entanto, os resultados com Ferrari (em Fiorano) e Mercedes (em Silverstone) foram decepcionantes. A revista Auto Motor und Sport relatou que “com ou sem as coberturas, a diferença foi muito pequena”.

Pressão sobre a FIA após corrida na Bélgica

Enquanto as novidades não entram em vigor, cresce a pressão sobre a FIA, principalmente após o extenso atraso para o início da corrida em Spa-Francorchamps. O ex-piloto Christijan Albers criticou duramente a decisão da direção de prova em entrevista ao jornal De Telegraaf.

“Estão tirando tudo das equipes”, disse ele, mencionando a Red Bull como uma das prejudicadas por ter ajustado seus carros para condições molhadas. “Se olharmos para Leclerc, por exemplo, ele foi beneficiado. Não foi justo. A FIA precisa dar mais atenção a isso. Foi um erro grave e inaceitável.”

Laurent Mekies, novo chefe da Red Bull, também expressou frustração: “Não só esperamos a chuva passar, como também o sol aparecer — e mesmo assim demos várias voltas atrás do Safety Car.”

Por outro lado, algumas vozes do paddock defenderam a postura cautelosa da FIA. O jornalista Michael Schmidt destacou a complexidade da situação: “Se algo acontece, a direção de prova será duramente criticada. É um equilíbrio difícil entre segurança e espetáculo.”

Frederic Vasseur, chefe da Ferrari, compartilhou da mesma visão: “Não podemos culpá-los. Seríamos os primeiros a criticá-los se algo grave tivesse acontecido.”

Com as mudanças previstas para 2026, a expectativa é que a Fórmula 1 consiga finalmente promover corridas mais seguras e competitivas mesmo sob chuva — um dos grandes desafios técnicos da era moderna. Até lá, a discussão sobre o tema seguirá presente sempre que o clima interferir nas corridas.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.