Pirelli resolve mandar a REAL sobre os problemas da F1 na chuva
Se você já parou para ver alguma corrida antiga da Fórmula 1 através da internet, já deve ter visto alguma disputa sob chuva intensa. E vendo a categoria na atualidade já deve ter se perguntado do motivo que faz os carros não acelerarem em condições adversas. Pois bem, essa é uma questão que muitos fãs fazem a ponto da Pirelli, fornecedora de pneus se manifestar.
Os dias em que a chuva era sinônimo de corridas memoráveis na Fórmula 1 parecem ter ficado para trás. Em nome da segurança e, sobretudo, da visibilidade, a direção de prova tem optado cada vez mais por liberar a pista apenas em condições compatíveis com pneus intermediários.

Isso porque os compostos de chuva extrema, embora projetados para lidar com grande volume de água, não conseguem reduzir o spray levantado pelos carros. O problema, no entanto, vai muito além dos pneus.
O que aconteceu em Spa-Francorchamps é um bom exemplo de como o traçado influencia nas decisões. Além disso, a própria aerodinâmica dos carros contribui para a formação da “cortina de água” que prejudica a visão dos pilotos que vêm atrás. Fatores que tornam praticamente inviável a realização de corridas sob chuva intensa — algo que Max Verstappen destacou durante a passagem da F1 pela Bélgica.
Pirelli tem um grande desafio em mãos
O portal Grande Prêmio conversou com Mario Isola, chefe de automobilismo da Pirelli, sobre as dificuldades de desenvolver pneus de chuva para a F1 atual.
“Desenvolver pneus de chuva é muito difícil porque existem poucas pistas com sistemas de irrigação artificial. Além disso, esses circuitos, como Paul Ricard e Fiorano, exercem baixa intensidade de energia sobre os pneus, o que não os estressa suficientemente. A aerodinâmica com efeito-solo também não atrapalha o desenvolvimento em si, mas é responsável pela visibilidade reduzida em caso de chuva”, explicou.
Isola lembrou ainda dos testes feitos pela FIA com protótipos de para-lamas em Fiorano:
“A quantidade de água levantada continuava muito alta, porque a maior parte é expulsa pelo difusor e não pelos pneus. Esse foi o problema em Spa, mas também em Silverstone: a visibilidade. Os carros atuais levantam muita água, o que torna a visão precária — em alguns casos, impossível — mesmo a certa distância. Quanto às decisões da direção de prova, não cabe a nós comentá-las.”
Questionado se haveria uma forma de evitar situações como a da Bélgica, em que a corrida atrasou mais de uma hora até a pista secar, Isola foi direto:
“Não existe solução perfeita e aplicável a todos os circuitos. Cada pista tem características próprias e cada chuva é diferente. A FIA tem a autoridade e a competência para lidar com essas circunstâncias, pois faz parte de suas funções no esporte a motor.”